Namorar... quem não gosta de namorar? Aquele friozinho na barriga, uma razão para acordar mais cedo e ficar grudada no celular, perder o apetite, ter motivação para fazer ginástica, saber que o final de semana está “garantido” e de quebra... beijo na boca, muito carinho e sexo.Em qualquer idade namorar rejuvenesce, motiva, traz alegria de viver. Bem, isso quase sempre nos três meses iniciais ou um pouquinho mais. E depois??? Queixas, cobranças, brigas, lágrimas, decepção.Você provavelmente sabe bem do que estou falando, o príncipe encantado vira sapo e a princesa se transforma numa bruxa.
É preciso entender que atração e amor são coisas muito diferentes. O que atrai tem apenas a função de aproximar. A afinidade tem raízes mais profundas e é nela que o amor se fundamenta.
Temos uma tendência a acreditar que devemos procurar uma pessoa que goste das mesmas coisas que nós, mas esse é um critério superficial. Uma boa parte das coisas que gostamos é circunstancial, tem a ver com momentos ou fases e não necessariamente vai permanecer. A questão da afinidade é mais complexa. Implica, em grande parte, no autoconhecimento. Se você reconhece o que lhe é essencial para viver bem, também será capaz de definir o que deseja de alguém como parceria de vida.
Quando conhecemos uma pessoa, sentimo-nos atraídos por alguns aspectos que se assemelham a coisas que gostamos e imaginamos muitas outras similaridades a partir daquelas que nos atraíram. Pode-se dizer que completamos o que falta, ou seja, o que não conhecemos, com fantasias criadas pelo desejo de encontrar a pessoa ideal. Dessa forma nos iludimos, criando “miragens” sobre quem a pessoa é e mais tarde desiludimos, a fantasia desaparece quando a realidade se mostra, confrontando o ideal.
O que estou tentando dizer é que, embora nos sintamos atraídos por alguém e encontremos nesse alguém alguns pontos em comum, conhecê-lo demandará tempo e disposição em aceitar o que é real. Para isso existe o namoro, fase que se tornou bastante confusa nos últimos tempos. O sexo precoce quase sempre antecipa situações, as pessoas conversam menos embora até fiquem mais tempo juntas do que antes.
É comum que os casais venham a morar juntos mais depressa e o namoro vira casamento sem ter sido antes, momento de descobrir afinidades.
Os parceiros pedem “garantias” para comprometer-se numa relação duradoura, mas a única promessa que podemos fazer é a de que nos esforçaremos para entendê-lo e de que procuraremos ser transparentes na relação.
Amar leva o tempo de desvendar aquele que está à nossa frente.
Não sabemos se as afinidades serão suficientes para dar conta das diferenças. Além do mais, uma relação que “deu certo” não necessariamente dará certo para sempre, pois a vida é muito menos previsível do que gostaríamos que fosse. Quando os pares agem com honestidade e conseguem definir as próprias regras, podem moldar cada fase às necessidades individuais que vão surgindo. Nesse sentido, tem mais chance de serem bem sucedidos, acordos baseados naquilo que ambos sejam capazes de sustentar e não no que se idealiza.
Se você deseja que isso aconteça em sua vida precisa namorar mais, mostrar-se mais, superar o medo da rejeição e aceitar o risco de arranhar sua imagem, pois imagem é somente um reflexo do que realmente somos. O essencial a seu respeito é que precisa ser evidenciado para que você se sinta amado pelo que realmente é.
Como foi dito no filme Dança Comigo.
“Com bilhões de pessoas no planeta o que uma vida significa?
Precisamos de uma testemunha para nossas vidas”, diz a personagem.
É por esse motivo que nos sentimos tão especiais quando somos amados. Porque estamos diante de alguém que sublinha a nossa existência, que reconhece as mais íntimas particularidades dela e as acolhe com todo o seu coração. O Ser Amado torna-se um espelho e um apoio, pois nos coloca em um lugar que nos distingue dentro de um mundo totalmente impessoal.
Diante dele somos únicos porque o olhar dele nos destacou da multidão.
E tem mais, fazer alguém sentir-se dessa forma, ou seja, AMAR, é tão ou mais gratificante do que ser especial.
É tomar posse de um PODER que traz uma profunda felicidade, a gratificação de fazer alguém feliz.
Maria Teresa Reginato – Psicóloga
CRP 17927
visitem o site http://www.facaterapia.com.br/
Esse trecho do filme que você citou foi o que mais me chamou atenção nesse filme, e fiquei refletindo sobre isso também: queremos alguém que seja testemunha de nossas vidas. Ao conversar com um amigo, ele me disse que os amigos são nossas testemunhas e não deixa de ser. Nossos amigos e familiares testemunham nossa vida e conhecem nossas peculiaridades. Mas a modernidade nos trouxe esse conceito de amor romântico que consideramos tão essencial em nossas vidas. "Não da pra ser feliz sozinho." Mas na verdade, por mais que no geral exista uma idéia e idealização do que é ser feliz e o papel de um relacionamento como complemento de vida, cada pessoa lida de uma forma com a solidão e obviamente com suas carências.
ResponderExcluirMas enfim, "falei" d+. Rsrs
Adorei o texto, beijos
Regina,
ResponderExcluirAdoro seu blog e adoraria ver vc abordando o tema "Arrogância".
Tem algumas pessoas assim à minha volta e tenho grande dificuldade em lidar com elas, pois são causadores de grande sofrimento e não aceitam nem mesmo críticas construtivas.
O que fazer quando se tem um membro da família, ou do trabalho, que é assim?
Um forte abraço!
Nunca suportei a temporalidade das coisas... sempre menor do que minhas lentas emoções conseguiam transmutar. Na doce ilusão de perpetuar as pessoas, os momentos vividos com elas, tentei criar um sempre mais prolongado,disfarçando-me em mil rostos, caras, trejeitos... a fórmula mágica do amor... até o ponto de me entender louca, por insistir numa fórmula que nunca funcionou; o pra sempre (humano) sempre acaba.
ResponderExcluirMeu irmão mais novo um dia me disse que é preciso aprender a perder, que quando se perde, se cata os seus pedaços no chão, se olha uma última vez pra trás e se segue... apenas.
O mesmo passar rápido que antes me apavorou, serve como remédio para a dor dos perder. Como disse bem nossa fada Tereza,tentei o pronto sem querer o preparar. relações antecipadas... de vez em quando me pego na tentação de tentar convencer mais alguém dos meus disfarces... mas aí venho aqui no cantinho de Tereza, leio um texto lindo desses, e minh'alma toma sossego dentro de mim. Beijos Tereza, com carinho, Kyssi