Em tempos de tragédia, aprofundam-se as reflexões sobre como estamos tratando nossa preciosa existência. Quando se trata de crianças, não há como não sermos especialmente tocados. É impossível não refletir sobre o modo como estamos criando nossos filhos. Mas queiramos ou não, a vida moderna impõe distâncias e não é fácil ter um controle eficiente sobre os rumos de uma família.
O animal humano é o que mais tempo fica sob a dependência de adultos e isso não é por acaso. Suas necessidades são bastante sofisticadas, por vezes sutis demais para serem reparadas de maneira superficial. Os pais têm por dever observar e pesquisar aspectos particulares da natureza de seu filho. O melhor é não pensar em termos de estereótipo. A grosso modo, não existem temperamentos melhores ou piores, mas sim a personalidade, que se desenvolve no meio em que vive.
Quando se observa atentamente uma criança, é possível notar seus traços mais marcantes e a mãe é a primeira a ter esse contato. Não é difícil perceber características como “impaciência” ou “ansiedade” ao mamar, “preguiça” ou morosidade ao sugar o leite, choro fácil diante de qualquer frustração, riso aberto para pessoas de fora ou estranhamento, reações a barulhos, cores, texturas, temperaturas, sabores, predileção por brincar sozinho ou acompanhado, apreensão nas situações novas, introversão ou extroversão predominante, inseguranças, reações diante de desafios como brigas, exposição, competição.
Cuidar tem muito a ver com conhecer a criança e orientá-la no que ela necessita de condução.
As aptidões devem ser aprimoradas
e as dificuldades apoiadas.
Quando a família acompanha esse desenvolvimento tem chance de perceber mais precocemente algum traço desfavorável que se insinua ou qualquer mudança significativa com ou sem causa aparente. A criança pode, consciente ou inconscientemente, preferir não se queixar porque, de maneira geral, os pais modernos estão sempre muito ocupados com a sobrevivência, carreira e seus próprios problemas. Ela tentará encobrir seus medos e dificuldades com uma atitude de “desligamento”. Por isso, vídeo games e computadores oferecem a oportunidade ideal de “fuga”, o que já foi papel da televisão. Também poderá mostrar-se irritadiça e reagir com imprevisibilidade.
De qualquer forma, espera-se que uma criança “normal” tenha queixas, apresente alguns temores, resista à educação algumas vezes e tenha certa atração pelo proibido. Quando nada disso acontece, é preciso ficar mais atento aos disfarces que ela pode vir a construir. O velho hábito de contar histórias ou rezar antes de dormir e ter aquela “conversinha despretensiosa” pode resgatar o momento de “sondar” o filho. Envolvê-lo em alguma atividade colaborativa como esticar o lençol ou secar a louça favorece conversas informais. Quando há mais de um filho, sair com eles separadamente oportuniza confidências.
Estejam atentos a mudanças repentinas de hábitos e/ou humor e investiguem periodicamente com professores e babás seu comportamento. Desenhos feitos por seus filhos também são uma rica fonte de informação, mesmo o leigo será capaz de perceber a presença de angústia, tristeza ou agressividade nas cores e traços. Diante de uma pergunta inesperada, questione porque ele deseja saber aquilo ou onde ouviu falar no assunto, de preferência antes de responder. A maioria dos pais anseia em dar respostas. No entanto, muitas vezes é mais importante saber de onde está vindo aquele questionamento; talvez seja uma forma que a criança encontrou de contar algo, de sondar os pais ao invés de ir direto ao assunto.
Ouvir e perguntar são atitudes fundamentais porque ensinam a refletir,
o que não acontece com as respostas prontas.
Além do mais, quando se trata de assuntos delicados como abuso sexual ou moral, medos e inseguranças, a criança pode ter sentimentos ambíguos com relação a pedir o apoio dos pais, por medo de decepcioná-los, criar algum mal entendido ou receber repreensão.
É sempre bom que os pais com filhos em faixas etárias semelhantes troquem observações e experiência mas todos deveriam estar comprometidos com o cuidado de todos, a exemplo das tribos indígenas.
Seu filho precisa saber que você está presente, pode ser solicitado/a e que está tranquilamente disponível. Pais que tendem a ficar “desesperados” com pequenos incidentes levam os filhos a buscar ajuda de terceiros, nem sempre sensatos ou confiáveis. Antes de ofender-se com alguma crítica mantenha a cabeça aberta, às vezes pessoas de fora têm mais facilidade em ver os aspectos inadequados que tentamos negar. No mais, o casal deve manter um diálogo franco sobre as qualidades e os defeitos dos filhos e acordar estratégias para abordá-los. Pais separados também podem se ajudar, substituindo acusações pela busca de soluções. Dispense o preconceito com o Psicólogo e o Psiquiatra Infantil. Esses especialistas podem ser de grande ajuda nas suas dúvidas, além do Pediatra.
Maria Teresa Reginato - Psicóloga
visitem o site http://www.facaterapia.com.br/
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ACRESCENTE...,sua reflexão é muito bem vinda.