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sexta-feira, 6 de maio de 2016

MÃE... SÓ TEM UMA



Ela nem mesmo queria a gravidez. Talvez tivesse optado por um aborto mas não o fez. Tentou então realizar tudo o que sabia, podia ou conseguia e no final, foi uma mãe do jeito que deu para ser.

E quem sabe o jeito certo de ser mãe?

ELA tem sido tema de muitas sessões de terapia, mas qual mãe não é?
A jovem mãe solteira que não tinha maturidade para ter filhos, aquela que morreu na infância, a que fugiu e a que ficou. A mãe que se separou do pai e mergulhou na dedicação aos filhos...  a que se divorciou e “caiu na vida” tentando recuperar o tempo perdido esquecendo que tinha filhos...  a mãe que não se separou e aguentou firme por causa dos filhos...  aquela que foi tão feliz no casamento que deixou os filhos em segundo plano...  a que se dedicou totalmente aos filhos e esqueceu-se de ser mulher...  a mãe que se dedicou ao casamento e aos filhos esquecendo-se dela mesma...  
Aquela que foi dura, a complacente, a benevolente, a neurótica, a supermãe, que mãe não é tema recorrente em terapia?

Uma paciente minha diz que sua mãe deveria ter sido mais exigente e alega que hoje carece de força de vontade e combatividade por isso. Outro diz que nunca conseguiu satisfazer as expectativas da mãe, desenvolvendo baixa estima e insegurança.
Obviamente nem todos esses filhos expõe razões fundamentadas, mas alguns têm razão. Definitivamente não é fácil ser filho mas saber ser mãe também não é brincadeira. 
E afinal, onde está o "modelo" desse fenômeno de mulher, que entrega o serviço como manda o figurino, fazendo de todos nós bebês irremediavelmente felizes?
Ou será que MÃE virou aquela figura na qual os filhos depositam todas as suas queixas, frustrações e fracassos?  “Eu só sei que foi a mãe...”.
E é claro que foi a mãe.  Essa é aquela pessoa que estava lá, participando significativamente de sua vida. Por mais ausente que tenha sido, esteve lá, mais do que qualquer outra pessoa.  Então, como não errar?  
É uma equação matemática: 
 muito Tempo = muitas Ações = muitos Acertos e Erros.
Só que os acertos não entram na estatística 
e raramente aparecem como tema nas sessões de terapia.

“Se o menino acerta é porque tem potencial, mas quando erra foi culpa da mãe”. 
Às vezes cansa, mãe sofre de culpa crônica pelo que fez e não deveria ter feito e pelo que não fez mas poderia, como se tivesse errado “de propósito”. Não estou aqui para negar a existência das mães descuidadas e as desalmadas.  Mas digo que, se as mães fossem menos criticadas e mais amparadas, talvez errassem menos. E esse é o meu apelo: 
-Apoiem as mães, isso é tratar o abandono infantil pela raiz.
As pessoas erram porque não sabem o que fazer ou se sabem, nem sempre estão em condições de cumprir o que é correto. Aquelas que sabem, podem e não o fazem porque não querem, essas estão profundamente doentes, portanto também não erram por vontade consciente.
E dentro desse papel, a maternidade, o ministério mais delicado, trabalhoso, diversificado, oneroso e fundamental de todas as funções humanas, vamos e venhamos, são colossais as possibilidades de erro.

Que SER MÃE É PADECER NO PARAÍSO, isso é uma verdade incontestável.  Porque, o que se tem, é o acontecimento mais importante da vida, desenrolando-se debaixo do nosso nariz e estamos quase sempre tão terrivelmente ocupadas em tentar acertar, que criamos grandes possibilidades de falhar deploravelmente.
E como se não bastasse, todos os deveres e responsabilidades, nada de reedição, foto shop, videotape, afinal é vida passada ao vivo e a cores.
  Todo erro cometido pode vir a ser irremediável e mesmo que não seja tanto, é erro de mãe e mãe não tem esse direito.
Não é uma covardia?

SER MÃE JÁ TRAZ EM SI UMA ATENUANTE, acredite... 
Procuro dedicar às mães especial delicadeza, O CARGO MERECE RESPEITO. 
mesmo que a pessoa não o tenha desempenhado a contento.
É o primeiro passo, RESPEITAR.
  Ser mãe exige muitas vezes o que não temos, porque também não recebemos. É comum aprender e amadurecer com os filhos, naquilo que não conseguimos resolver antes. 
Toda relação tem dores e recompensas. É o preço que todos somos obrigados a de pagar. 
Que mal se compare, ser mãe é mais ou menos como ser artista: 
90% é esforço e dedicação.
 E se resultar em 10% de recompensa, 
saiba que você já se saiu muito bem.

Maria Teresa Reginato

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ACRESCENTE...,sua reflexão é muito bem vinda.

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